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Round 6 e a atração pelo bizarro

Foto do escritor: Márcia CasaliMárcia Casali



Você já se questionou o por que temas bizarros ganham repercussão?

Não é de agora que a Internet e canais por assinatura se destacam por modinhas virais. Um estudo das pesquisadoras Annie Lang e Bridget Rubeking, divulgado no Journal of Communication, afirmam que o publico é atraído por tudo aquilo que causa mal estar e nojo. Um exemplo é o Gore, um subgênero cinematográfico com cenas extremamente violentas, que tem por objetivo despertar as sensações de medo, ansiedade e desespero; simulando cenas de mutilações e de torturas físicas extremamente perturbadoras.


Recentemente ganhou destaque, a nível mundial, a série sul-coreana Round 6. Para se ter uma ideia, o Trailer oficial possui mais de dois milhões de visualizações. E para o espanto de muitos, devido ao fenômeno de sucesso da série, os produtores planejam uma segunda temporada.

Em todo o país, escolas estão enviando comunicados aos pais dos alunos, alertando para o conteúdo inadequado, pois os alunos começaram a brincar no recreio fazendo alusão ao assassinato de personagens.


Liderança religiosa alerta sobre a série


O pastor da Igreja de Cristo Grande Luz, Rodrigo Yang, escreveu um comunicado a igreja sugerindo aos pais não assistirem a série com os filhos, em especial aqueles que têm filhos com sintomas de autoagressão.

“Não pesquisei as simbologias e sobre o autor da série, foi apenas um alerta para os pais da minha igreja. Eu nem assisti a todos os capítulos. Minha sogra que me falou que o título em coreano está escrito "jogo da lula", que é uma brincadeira de criança na Coréia. Fiquei sabendo que acharam melhor Round 6 do que citar "lula" e acharem que tinha alguma conotação política”, explica o pastor.


Segue o comunicado:


Me chamou a atenção a quantidade de pessoas, inclusive jovens e crianças, comentando sobre a série coreana Round 6. Como eu estava '‘boiando’', resolvi começar a assistir para construir a minha opinião, que, preocupada e humildemente, compartilho a seguir.


A série tem uma trama envolvente e intrigante (que chega a lembrar a sequência de Jogos Mortais), mas é especialmente apelativa ao emocional, tanto que gasta uma boa parte do início só para inserir o personagem principal, apresentando aos expectadores seus desvios de personalidade: um homem de meia idade que fracassou no casamento (divorciado), fracassou como pai (pois não tem condição sequer de pagar pensão à filha), fracassou financeiramente (desempregado há 10 anos, endividado, perseguido por agiotas violentos), e fracassou como filho (vivendo às custas de sua mãe idosa e doente e, se não bastasse, roubando o dinheiro dela para apostar em jogos de azar).


Depois de uma série de frustrações, o personagem é abordado na estação de metrô por um desconhecido, que o desafia a jogar uma brincadeira de criança, valendo dinheiro. Depois de muitas partidas e de ter permitido que ganhasse algum dinheiro, o desconhecido oferece a ele um cartão com um contato telefônico, convidando-o a participar de um jogo mais sério e muito mais lucrativo.

Daí ele se vê numa ilha deserta e se junta a um grupo de 456 pessoas com problemas parecidos com o dele: pessoas muito endividadas, devendo a bancos e a agiotas perigosos, pessoas sem perspectiva, sem esperança de um futuro digno, ou seja, sem nada a perder. Todas essas pessoas assinam um contrato em que aceitam participar de um 'jogo' em que o vencedor ganhará um prêmio milionário em dinheiro e quem for desclassificado será “eliminado” da competição.


Porém, já no primeiro jogo, o que parecia ser uma inocente brincadeira de criança (batatinha frita 1, 2, 3), transforma-se numa chacina (aqueles que são flagrados se mexendo são fuzilados), e só então os participantes do '‘jogo’' se dão conta de que entraram num caminho sem volta, e que a “eliminação” descrita no contrato era literal.


O que se vê a partir daí são cenas bizarras de barbárie, com violência explícita misturada com muito apelo emocional (pois todos querem sobreviver) e requinte de crueldade.

Tentei continuar a assistir até o desfecho da temporada para poder ter uma opinião a respeito do todo, mas (ainda que eu saiba que é uma obra de ficção) não vou perder meu tempo com essa porcaria.


E faço aqui uma importante recomendação aos pais:


1. NÃO ASSISTAM NA PRESENÇA DE CRIANÇAS!


2. Independentemente de seus filhos já serem maiores, recomendem que eles não assistam, pois é deprimente, é horrível! Não serve nem como entretenimento!


3. Se vocês têm algum(a) filho(a) passando por uma fase depressiva ou de autoagressão NÃO PERMITAM QUE ASSISTAM ESSA SÉRIE!

Pastor Rodrigo Yang

Igreja de Cristo Grande Luz


Fonte: Significados.com e Coxinha Nerd

Imagem: Netflix / Divulgação





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Contato: marciacasalli@gmail.com

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©2021 por Jornalista Márcia Casali.

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