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  • Foto do escritorMárcia Casali

Aprendizado escolar e o reflexo da ideologia em sala de aula



Observa-se no país um crescente número de professores que utilizam as salas de aula para doutrinação política. Recentemente alguns casos tiveram destaque na mídia, como o de um professor da rede estadual na Bahia que incentivou os alunos do 6º ano a se beijarem, justificando que valeria pontos.

Em nota publicada pela direção da escola nas redes sociais, o professor foi afastado e as imagens estão com a Secretaria Estadual de Educação da Bahia, que abriu procedimento administrativo para apurar o caso. A direção pediu que os alunos deletassem as imagens dos celulares, mas guardou dois vídeos que comprovam o ocorrido na aula de Artes.

O caso foi denunciado ao Ministério Público da Bahia, e pais de alunos registraram Boletim de Ocorrência (BO) contra o professor na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca).


Também na Bahia, uma adolescente de 16 anos, conta que foi expulsa da sala de aula após questionamentos sobre os temas abordados, segundo ela, de cunho “esquerdista”. A menina relatou a mãe, que suas dúvidas não eram debatidas, o que lhe causou constrangimento.


De acordo com Meguie Couto, a filha informou sentir-se incomodada com os discursos de ódio que os professores abordavam em sala de aula. Após ocorrência administrativa e várias tentativas de diálogo com a instituição de ensino, ela então procurou a Dercca e registrou um BO contra a professora de Filosofia, que ao ser intimada precisou de atendimento médico, segundo informou o líder sindical, Rui Oliveira.

Com princípios conservadores, e devido à sua opinião política, a estudante passou a ser hostilizada em sala de aula e corredores da escola, sendo chamada de “fascista”. Para Rui Oliveira, mãe e filha perseguem os docentes e fazem parte “de grupos ligados às pessoas de extrema-direita”.


Desde então, a menor tem sido vítima de bullying, matérias tendenciosas, além de receber ameaças de cunho sexual, e palavras de baixo calão em seu perfil pessoal – em sua maioria dos colegas de escola, o que gera dúvidas referentes a missão da instituição em respeitar as diferenças.


Vale destacar que a escola criou um canal no YouTube e lançou em setembro o “Projeto Entrelace: Entrelaçando Cultura, Gênero e Raça na Escola”. Organizado pela comunidade escolar, estudantes, funcionários e Secretaria de Educação. ‘Com foco em construir reflexões e conexões a partir de novos olhares, democrática e participativa’.


Segundo a professora, Elisângela Marques, o canal foi criado para divulgar conhecimento e ações que realizam na escola, um espaço que respeita os direitos humanos, sem preconceitos e sem discriminações. Oferecendo uma educação mais inclusiva, equitativa, e de qualidade socialmente diferenciada. Ela afirma que o colégio é um espaço educativo aprendente. “É uma escola que ensina, mas é uma escola que também aprende”.

Durante a transmissão do evento, que valia dois pontos na nota, Meguie Couto questionou o porquê da escola investir tempo com o debate, em vez de aulas. A mãe relata que 2020 não houve aulas, nem na opção virtual, o que prejudica os alunos que vão participar do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Ela observa que os convidados são de esquerda, sem espaço para o contraditório.


Escola Sem Partido

Em seu artigo para o portal Jus brasil, Guilherme Lucas Tonaco Carvalho alerta sobre a militância nas escolas, tema que o advogado Miguel Nagib tenta combater por meio da organização Escola Sem Partido. “Uma iniciativa conjunta de estudantes e pais preocupados com o grau de contaminação político-ideológica das escolas brasileiras, em todos os níveis: do ensino básico ao superior”.

Guilherme explica que a organização promove o debate e denuncia práticas de doutrinação em sala de aula. Na página da organização é possível encontrar exemplos de uso eleitoreiro e político nos livros didáticos brasileiros, propaganda ideológica em instituições de ensino, professores militantes, entre outras ações presentes na educação.


O advogadoobserva que os alunos estão formando sem saber escrever, ler e calcular adequadamente. “Atualmente 95% dos nossos alunos saem do ensino médio sem conhecimentos básicos em matemática, quase 40% dos universitários são analfabetos funcionais e 78,5% dos estudantes brasileiros finalizam o ensino médio sem conhecimentos adequados em língua portuguesa […] segundo o Núcleo Brasileiro de Estágio (Nube), quatro em cada dez universitários são barrados em seleções para estágio por causa de erros de ortografia. Os estudantes de Pedagogia lideram entre os piores índices”, informa Guilherme.

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Sensu, 78% dos professores brasileiros acreditam que a principal missão das escolas é “formar cidadãos” (apenas 8% apontou a opção “ensinar as matérias”) e 61% dos pais acham “normal” que os professores façam proselitismo ideológico em sala de aula.

Para o advogado, sabidamente, todos os sistemas totalitários dedicam especial atenção à formação da juventude. E doutrinam, sob pretexto de ensinar. Impõem uma “verdade” coerente com o poder vigente ou a ser implantado, o que se ensina nas aulas de História, Sociologia, Geografia, e mesmo em Literatura ou Filosofia, não passa de doutrinação.


“Hoje, o ‘politicamente correto’ proíbe a menor menção vexatória as religiões, culturas, raças, opções sexuais. Mas não se observa o menor escrúpulo em ridicularizar lideranças políticas e autores que não rezem segundo a cartilha esquerdista. Os métodos de constrangimento vão do sorriso condescendente à perda de pontos por resposta ideologicamente discordante do respectivo professor. No discurso se propaga a intenção de ‘formar o cidadão crítico’; na verdade, a crítica já é dada pronta, pré-fabricada”, finaliza o advogado.


Matéria publicada em 16 de dezembro de 2021 - La Derecha Diario


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