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Covid-19 ontem e hoje

Foto do escritor: Márcia CasaliMárcia Casali

Atualizado: 5 de fev. de 2021

Por: Márcia Casali

Diante da crise que atinge Manaus (AM) no enfrentamento da pandemia da Covid-19, em especial a falta de oxigênio responsável pelo óbito de várias pessoas, observa-se uma movimentação estratégica por parte da grande imprensa, artistas e políticos com o intuito de transferir a responsabilidade ao Governo Federal, mesmo com todo apoio e envio de recursos para os Estados e municípios.

Criam e espalham narrativas, mesmo tendo conhecimento de todo trabalho desenvolvido. Tais articulações demonstram que a campanha eleitoral não cessou com a vitória do governo atual, e gera a dúvida se realmente toda essa manifestação é realmente pelas vidas. Alguns famosos aproveitando da dor alheia surgem como bons samaritanos, mas na verdade deixam no ar se tais atos são por amor ao próximo ou amor a fama.

Vale lembrar que Manaus (AM) foi a primeira cidade a receber reforço de profissionais da área de saúde, devido ao colapso ocorrido no Hospital Delphina Aziz referência no tratamento do novo coronavírus, no início de abril.

Em pesquisa no Portal da Transparência constam os recursos transferidos para o Estado de Manaus e seus municípios no valor de R$ 8,91 bilhões. Além de recursos destinados apenas ao município, R$ 2,36 bilhões, fora os gastos diretos do Governo Federal no município e benefícios aos cidadãos.


De acordo com o governador Wilson Lima (PSC), em entrevista ao programa de José Luiz Datena, se não fosse a ajuda do governo ao Amazonas a situação estaria muito pior. “Se não fosse a ajuda do Governo Federal, pode ter certeza que nós estaríamos em uma situação bem mais difícil, bem mais complicada. O Governo Federal tem sido importantíssimo nesse movimento de transporte de oxigênio através das aeronaves da Força Aérea Brasileira, da aquisição de mini usinas pra gente colocar nos hospitais. Essa tem sido uma ajuda imprescindível nesse momento de luta pela vida” afirma o governador que agora propõe o tratamento profilático com Hidroxicloroquina e Ivermectina logo nos primeiros sintomas.

A Procuradoria Geral da República (PGR) investiga mortes de onze pessoas que receberam doses maiores de Hidroxicloroquina, além do total descontrole das autoridades quanto às medidas básicas, como o fornecimento de oxigênio. Bem como o superfaturamento referente a montagem de Hospitais de Campanha.



Sob controle

Vale lembrar que em fevereiro de 2020, mesmo sem casos confirmados no Brasil do Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro decretou "emergência de saúde pública em território nacional", tendo como base o avanço da doença na China, que na época já registrava 20 mil casos de infectados e 426 mortes, além dos países que reportaram casos de infectados.

Diante dos fatos narrados era necessário cancelar o Carnaval, mas o Ministro Mandetta, em entrevista à Rádio Bandeirantes, informou que não havia motivos para pânico, pois ainda não era possível saber como o vírus se comportaria no país. “Preocupa sim o Carnaval [...] Não existe recomendação específica. A recomendação é lavar as mãos, fazer o máximo de higiene [...] Não tem como a gente parar a vida", explicou. Amparados pela premissa os gestores das maiores cidades do País não cancelaram o Carnaval, mais um passo em direção ao caos que é visto até hoje.


Ainda em fevereiro, trinta e quatro brasileiros foram repatriados. Eles viviam em Wuhan, cidade chinesa epicentro da infecção. A Base Aérea de Anápolis, em Goiás foi o local escolhido para o período de quarentena. No mês seguinte a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia de coronavírus, o que assustou a todos, por se tratar de algo novo e sem muitas informações sobre os tratamentos adequados. O Ministério da Saúde, por meio do programa Mais Médicos, lançou edital com 5.811 vagas para profissionais com CRM Brasil, que seriam distribuídos em municípios, Distritos Indígenas, Capitais e nos grandes centros urbanos.


Recursos para Estados e municípios

O governo deu início à liberação de recursos para os estados investir em ações de abertura de novos leitos de UTI. A primeira leva foi de R$ 432 milhões, segundo informações do Ministério da Saúde. A orientação do responsável pela pasta na época, Luiz Henrique Mandetta, era para a população buscar atendimento médico ao apresentar um quadro respiratório mais grave, como por exemplo: falta de ar, coriza e tosse, sempre reforçando o jargão “fique em casa”.

Ana Maria (nome fictício para preservar o anonimato), 49 anos é enfermeira chefe de um hospital referência na cidade do Rio de Janeiro. Ela conta que o “fique em casa” foi responsável pelo elevado número de óbitos, pois as pessoas só se dirigiam aos hospitais ao sentir falta de ar. Para ela faltou o uso de um protocolo logo nos primeiros sintomas da doença.

“Estive na linha de frente durante meses. Foi a pior experiência que vivi. Precisei de apoio psicológico, por presenciar a morte de tantas pessoas. A maioria chegavam com os pulmões comprometidos, além de trombose”, afirma Ana, que contraiu o coronavírus em maio de 2020.


Medida Provisória

Em março o Presidente Bolsonaro assinou a Medida Provisória n° 926, de 2020 de ‘Procedimentos para aquisições destinadas ao enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente do coronavírus’. No mês seguinte libera R$ 16 bilhões para Estados e municípios e R$ 9,4 bilhões para saúde.

No mesmo período o Partido Democrático Trabalhista (PDT) entra com ação no Supremo Tribunal Federal (STF), e acusa o Governo Federal de cercear o poder dos governadores e prefeitos na atuação contra a epidemia ao editar a MP que concentra poderes em si. Para o partido, a Presidência da República definiria quais atividades eram essenciais e não poderiam ser suspensas.


O STF, que desde então parece legislar, em sessão realizada por videoconferência, de forma unânime reafirmou o poder de governadores e prefeitos para determinar medidas restritivas durante a pandemia do novo coronavírus. A decisão determina que estados e municípios possam definir quais são as atividades que serão suspensas e os serviços que não serão interrompidos.

Tal decisão possibilitou ações duvidosas por parte de alguns governadores. A Polícia Federal inicia então investigações de fraudes, popularmente chamada de ‘fraudemia’. Desvios ultrapassam a quantia de quatro bilhões de reais. Muitos casos são repugnantes e governadores sofreram processos de afastamento, dentre eles o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), acusado de fazer parte de esquemas de desvio de verbas destinadas à saúde.


A vacina

Em razão do avanço da doença em alguns estados, como no Amazonas, neste domingo (17) a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial e experimental de vacinas contra a Covid-19. A princípio as vacinas estão destinadas a imunização de pessoas de grupos de risco: indígenas aldeadas, idosos (internados em casas de acolhimento) e profissionais de saúde. Serão duas doses no período de 30 dias.


A distribuição terá início na próxima segunda-feira (18) e o Governo Federal está responsável pela distribuição das vacinas aos Estados e municípios, que também estão responsáveis pela logística de distribuição e imunização da população. As vacinas autorizadas são a Sinovac e Astrazeneca/Oxford, que aguarda a chegada de dois milhões de doses vindo da Índia.



*Com informações do Portal do Congresso Nacional; Agência Brasil; Portal STF e Portal da Transparência 



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Contato: marciacasalli@gmail.com

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©2021 por Jornalista Márcia Casali.

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