O presidente da República, Jair Bolsonaro, recebeu nesta quinta-feira (12), em Brasília, uma comitiva de lideranças indígenas, acompanhados do presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Marcelo Xavier, da liderança indígena Arnaldo Paresi, e autoridades do governo federal. O objetivo do encontro foi falar sobre a criação de políticas públicas, e o desenvolvimento de atividades produtivas em reservas indígenas.
Na ocasião, o presidente da Funai destacou que é possível levar dignidade às populações indígenas, por meio do etnodesenvolvimento. E da importância das linhas de crédito, financiamento e licenciamento as atividades produtivas. O que, de acordo com o líder, Arnaldo Paresi, trazem autonomia e dignidade aos indígenas. Ele destaca que houve uma redução na mortalidade, devido a desnutrição, graças a agricultura. Além de melhorar a qualidade de vida com ênfase na saúde, educação e moradia.
Após evento no Palácio do Planalto, presidente Bolsonaro foi para o lado de fora encontrar com demais líderes indígenas de diferentes etnias. Ele agradeceu o apoio e afirmou entender a necessidade de independência para trabalhar, produzir e ter dignidade em suas terras.
“O que vocês querem é o que eu quero também. O meu trabalho é ajudá-los a dar um norte para que vocês possam realmente produzir. O Brasil todo quer isso. O projeto que está no Parlamento, está na eminência de ser votado. Eu tenho certeza que o Parlamento fará com que a vontade de vocês realmente seja alcançada, para o bem do Brasil, e para o bem de todos vocês”, declarou o presidente.
Um dos líderes entregou um projeto ao presidente e informou: "Nós estamos planejando o nosso futuro, o nosso desenvolvimento, de maneira organizada através de trabalho. Nós estamos batalhando dia a dia por nosso desenvolvimento, sem precisar de assistencialismo, de doações, de esmola. Nós só queremos trabalhar de maneira organizada”.
Bolsonaro agradeceu a visita, e durante entrevista falou que não tem preço um presidente ser recebido dessa forma em qualquer lugar do Brasil. E entende ser um sinal de que está no caminho certo, por desejar cada vez mais a liberdade do povo, a democracia, além do respeito e valorização das instituições. “Não existe aqui, nessa Praça dos Três Poderes, ninguém melhor do que ninguém, muito pelo contrário, nós somos, e devemos ser, cada vez mais humildes e ouvir a voz da população. E esse encontro aqui com indígenas, e grande parte do Brasil é uma prova disso”.
Questionado sobre a aprovação do projeto, Bolsonaro explica que tudo depende das lideranças no Parlamento, e alerta sobre o lobby que não quer mudanças, mesmo com os indígenas afirmando o desejo de trabalhar, ter acesso à internet e progredir. O presidente explicou que tem um país que não compra o que os índios produzem, para mantê-los em isolamento. “Os índios não querem ser isolados. Está aqui o exemplo claro. Tem muito indígena aqui que fala o português igualzinho ao nosso, tem exatamente o mesmo sentimento nosso. O que eles estão pedindo? O que eles estão querendo? Por que negar isso?”.
Por conta da pandemia, o mundo sofre com a inflação no tocante a alimentos, o que reflete no Brasil. Para Bolsonaro os índios poderiam colaborar com o plantio, mas estão impedidos. Quanto a linha de crédito solicitado, ele explicou que a Caixa Econômica Federal criou uma especial para a agricultura familiar, e que o mesmo não pode ser feito aos indígenas, por eles não terem a soberania da área. Mas afirma que enquanto for o presidente, e eles conquistarem essa soberania, a Caixa irá ajudá-los.
Quanto ao Banco do Brasil, ele expôs que estão ampliando o financiamento da agricultura, e que será criado uma linha especial de crédito para agricultores que perderam a produção por ocasião da geada. “Coisa que não tinha a pouco tempo. O nosso viés social fala cada vez mais alto”, finalizou.
Censo IBGE
Vale destacar que a atual população indígena brasileira, segundo o último censo do IBGE é de quase 818 mil indígenas. Dos quais, cerca de 500 mil, vivem na zona rural e 315 mil nas áreas urbanas. Ainda de acordo com o censo, em todos os estados da Federação, inclusive no Distrito Federal, existem populações indígenas. A Funai registra 69 referências de índios ainda não contatados, além de grupos que estão requerendo um reconhecimento de sua condição indígena junto ao órgão federal indígena.
Fonte: Foco do Brasil
Imagem: Mário Vilela - FUNAI
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